Cheio, mas vazio...

O ecrã em branco, o cursor a piscar freneticamente, a música seleccionada, as colunas a emitirem a mais bela das canções, os meus pensamentos todos virados para o meu objectivo, e as palavras…as palavras não surgiram…um bloqueio? Acho que não, até porque é sempre bom, falar e escrever, sobre coisas e pessoas, de quem se gosta, ou se tem uma especial empatia. Mas hoje não estava a acontecer, o cursor continua ali, a piscar, a piscar, a piscar, a folha do processador de texto, continuava em branco, um branco, vazio, frio, sem vida, até deprimente…

Mudei o fundo, escolhi o laranja, o colorido devia facilitar, mudei a música para algo mais animado, e assim comecei…

Escrevi, escrevi, escrevi, estava a sair qualquer coisa, estava a vencer a inércia, o sorriso abriu, o animo aumentou, estava a conseguir cumprir aquilo que me propus neste dia, até que de repente, numa estranha percepção, apercebi-me, que estava a escrever sobre algo diferente, algo estranho e indefinível, algo que nada tinha a ver, com o que tinha imaginado.

Estava na realidade, a escrever uma série de parvoíces sobre o porque de não conseguir escrever, e ainda por cima, demonstrava uma estranha obsessão por um cursor que piscava sem parar e uma folha em branco, sem vida…

Enfim, o que havia de facto a fazer, e seria o mais sensato, seria apagar o que acabara de escrever, mas perdendo dois segundos a analisar o que se teria passado, pensei. Seria isto, uma forma de o meu inconsciente me dizer, que nem sempre temos a capacidade de escrever, da maneira como queremos e imaginamos, sobre algo que simplesmente adoramos?

De facto há coisas, que não conseguimos demonstrar e dizer, nesses casos, só nos resta resignar, e tentar noutra altura. E já dizia o meu avo, “guarda para amanha o que não consegues dizer hoje, mas não te esqueças, é de o dizer”, ou escrever, acrescento eu…

" Sorrindo e caminhando, a vida, vamos levando..."

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