Estava eu sentado no meu, fantástico e confortável, sofá cor de laranja, a ver televisão, não estava de facto a ver nada, estava simplesmente a olhar para o lugar, onde costuma estar a passar programas de qualidade duvidosa, que pululam pelas estações de origem nacional. Ora continuando, estava então eu a "olhar para ontem", e estes momentos são óptimos para grandes reflexões e resoluções de vida, quando de repente, avisto uma figura curiosa no tal quadrado, em tempos chamado de magico. Desde logo ele invadiu o meu campo visual, de uma maneira difusa é certo, mas com os seus jogos de cor e alegria, era impossivel resistir.
Era um palhaço, não sei a que propósito ele estaria na televisão, ainda nem tinhamos chegado ao Natal para ver Circo todos os dias, mas o que é facto é que ele ali estava, e me deixou colado ao programa quinze segundo, um recorde nos tempos que correm.
Depois de dar inicio a mais uns dos seus números cómicos, absolutamente originais e nunca visto…pois, desliguei novamente da programação, mas fiquei a pensar nele, no palhaço.
O palhaço é uma figura, importante num circo, pois normalmente consegue arrancar as gargalhadas da garotada e dos mais velhos, com a facilidade e ingenuidade de uma criança, mas e o palhaço na vida, será importante? Ter por perto aquela pessoa com quem se ri, com quem se faz parodia, graça sem nexo, com quem se ri por rir? Bom é de certeza, mas certamente extremamente duro para o “palhaço”. Ora vejamos, um palhaço, faz rir, brinca, joga, portanto não faz nada que seja tomado como “sério”, logo um “palhaço” nunca é levado a sério, e é aqui que está o problema, é que os “palhaços” da vida as vezes também querem ser levados a sério, mas quando olham a volta e vêem o descrédito que as pessoas lhes dão, normalmente resignam-se a sua condição, e continuam a fazer rir os outros…

Comentários

Mensagens populares