Livraria lotada...

Hoje o meu pequeno carrinho, levou-me até terras de Vasco da Gama, não foi de todo até a Índia infelizmente, nem até Sines, sua terra de origem. Fui apenas até ao espaço comercial que adoptou o seu nome.
Fincado em plena zona, do parque das nações, está ali para receber tudo e todos, numa azafama de corredores, lojas mil, promoções, descontos, saldos, luzes, cores, cartazes, musica, ruído, barulho, naquele que foi outrora, um grande espaço da cultura mundial.
Era exactamente uma hora da tarde quando dei entrada no parque de estacionamento. Depois de conseguir ultrapassar a problemática do ascensor, que demorou uma eternidade a chegar ao menos dois, lá me consegui deslocar ao 2 andar…erro grave…milhares de pessoas, fazendo filas, nos mais diversos espaços de fast food, enquanto outros já empurram a refeição de uma assentada, numa sofreguidão tal, que admito nem se lembrarem, do que pediram para comer, assim findem a alarvidade derivada do stress.
Depois de contornar, pessoas, tabuleiros e filas de casa de banho intermináveis que impediam a passagem para onde quer que se fosse, lá cheguei ao motivo que me tinha levado até lá…uma livraria, mas não uma livraria qualquer, uma de referencia e com um nome bem firme no panorama nacional. Conhecida por algum elitismo, mas também pelo óptimo serviço que prestam ao nível literário, lá fui investigar este recente espaço. Chegando à entrada, o meu espanto foi enorme. O local era imensamente vasto para o habitual, enorme mesmo, cheio de pessoas, alias lotado, umas já empilhadas por cima das outras, pessoas que discutiam a posse de um livro que estava esgotado, pessoas que se sentavam pelos cantos a desfolhar o recente livro infantil do Miguel, pessoas penduradas nos candeeiros a ler livros da Margarida, enfim, uma agitação, conhecida em outros ambientes é certo, mas nunca numa livraria destas. Enfim, são as marcas menos simpáticas do progresso. Da mesma maneira que entrei, sai, rumei a novas paragens, sem olhar para trás, deixando a confusão para quem a quer, mas nesse momento não contive um sorriso de contentamento, um sorriso largo mesmo, um reboliço impressionante dentro de uma livraria, onde noventa porcento dos produtos são livros, só pode ser um óptimo sinal…
"Sorrindo e caminhando, a vida, vamos levando..."

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