A luz que ainda encanta...

O reboliço citadino, a confusão matinal, as pessoas que correm e que se empurram, a poluição que anda no ar, o sol aprisionado pelas nuvens. Este é um quadro típico, de uma qualquer capital dos nossos dias, com o ritmo próprio de uma qualquer metrópole. Mas eu hoje, não estou numa qualquer cidade mundial…
Deixo o Rossio para trás e rumo de proa apontada ao Chiado, andei, andei, mais um pouco parei, os primeiros raios de sol chegavam. De facto eles conseguiam agora furar por entre as espessas nuvens, e estavam a encandear-me…A luminosidade baixou, e então a magia começou a acontecer, a verdadeira, e por tantos falada, luz de Lisboa, tinha ali um grande momento de exposição e notoriedade. Esta luz, tão característica, que durante séculos inspirou muitos, e maravilhou muitos mais, apresentava-se ali em todo os seu esplendor, no chão, nas fachadas dos edifícios, nas pessoas, no ar…até o cheiro se deixava agora influenciar pela luz alfacinha. É de facto notável, e delicioso, que apesar de todos os defeitos que a nossa capital sofre hoje em dia, a luz, a sua grande identidade, continua lá a fazer o seu maravilhoso trabalho. E foi assim que deixei o Chiado para trás, e rumei a outras paragens, com a certeza que há de facto coisas boas que ainda se mantêm, nesta linda cidade mundial…
"Sorrindo e caminhando, a vida, vamos levando..."

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