Sentir qualquer coisa...


“-É a sensação do toque.
-O que?
- Numa cidade a sério, as pessoas caminham, roçam umas nas outras, trocam encontrões…Em Los Angeles, ninguém se toca. Estamos sempre atrás de metal e vidro, protegidos por barreiras. Julgo que a falta desse toque, é tão dolorosa, que colidimos uns contra os outros de propósito, só para sentirmos qualquer coisa…”

O excerto de texto em cima, é uma parte, do diálogo inicial, do filme Crash (Colisão, em Português). Foi o filme, da minha matiné, de hoje.
Mas de facto, hoje não é sobre o filme, que vou escrever, muito bom por sinal. Venho apenas dissertar um pouco, alias, muito pouco, sobre este diálogo inicial, onde se aborda uma questão tão premente da sociedade actual.
Vivemos na Era da velocidade, onde tudo, se passa à velocidade de bits e bites, não há tempo para nada, para ninguém. E quando há, as pessoas, não estando habituadas a que isso aconteça, entram em “pânico”, e refugiam-se naquilo que melhor conhecem, a fuga para a frente. Eu não tenho a pretensão de mudar o mundo, longe disso, mas de facto torna-se um pouco aflitivo, perceber, que vivemos no mundo, do descartável. Hoje em dia, o que se sente, não é medido interiormente, mas somente a flor da pele. As pessoas por medo, por desconhecimento ou até mesmo por analfabetismo sentimental, preocupam-se com questões de somenos, em vez de se virarem para aquilo que mais importa. O presente que temos, tem todas as bases, plantadas no passado, que já vivemos, e terá, reflexos, no futuro que criaremos. Há tempo para tudo, até para sentir, basta querer…

Comentários

Anónimo disse…
Sobre o teu texto...

Vou-te relatar uma episódio que se passou comigo, no qual vi uma das reacções e ouvi umas poucas palavras que nunca irei esquecer!

Enquanto esperava pela minha vez para o multibanco, distraidamente a minha mão por baixo da sua camisa acariciava-lhe o fundo das costas. Vi-o sorrir, apenas um ligeiro sorriso mas permanente daqueles que não desvanece. E questionei-o sobre o porquê de tal sorriso, ao que ele me respondeu:
- Estava apenas a gostar de sentir o teu toque!
Acho que não vou esquecer nunca estas palavras... e vou-me lembrar eternamente da reacção a um toque!!!

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