Expresso Polar. Parte II. Um caracol, a caminho do Pólo Norte. Chegada a Paris…

O tempo, continuava gelado, lá fora conseguia ver-se, os pequenos flocos de neve a pairar no ar, isto apesar, da enorme velocidade a que se deslocava o expresso polar.
No quente espaço, reservado aos nossos jovens escritores, a animação era grande. Rudolfo insistia que gostava de parar em Paris, a cidade luz, fonte de inspiração, para tantos artistas, nos quais ele já se sentia incluído. Pararíamos nem que fosse por uma hora, uma hora de reflexão, de inspiração, Joca, um pouco impertinente com sono, dizia que não, era uma parvoíce, que Rudolfo não era nenhum artista, nem iria ser nunca, que apenas tinha escrito uma historiazita piegas, portanto não podia ter as manias e caprichos de uma vedeta. Óscar, o pacifico, já suava, de tanto esgrimir argumentos para os acalmar.
Entretanto, era chegada, a hora do almoço. A hospedeira de bordo, chegou com o manjar. Ele era, acepipes vários, de vários pontos do mundo, refeições quentes à descrição, bebidas fumegantes para matar o frio, e dezenas de doces, misturados com doces, e guarnecidos por doces.. “Xii, tanta coisa, isto é tudo para nós?” perguntou incrédulo Rudolfo, enquanto Óscar, o mais anafadinho e guloso, já se lambuzava por cima de uma deliciosamente cremosa, mousse de chocolate. “Oh coelho, isso não é comida, devias primeiro comer qualquer coisa mais substancial, e depois sim, comer uma sobremesa e beber uma bebida quente” disse o Joca em tom de repreensão. Óscar, sem querer, criar outro conflito, engoliu em seco, e lançou-se sem apelo nem agravo a uma pirâmide de sandes de queijo da serra. Queijo este, que tinha sido comprado, aquando da paragem do Expresso, na Serra da Estrela, por problemas técnicos.
O ambiente era agora mais calmo, os nossos heróis, de barriguinhas cheias, não tinham nem vontade de falar, e com o calor que vinha pela ventilação, foi um passo, até adormecerem.
A viagem, seguia a grande velocidade, com o Expresso, a “cortar” por lindas e deslumbrantes paisagens geladas. A este ritmo, a aproximação a Paris, foi bastante rápida.
“Toin toin toin, Informamos os senhores passageiros, que o Expresso Polar, terá de fazer uma paragem mais prolongada em Paris, na medida em que estamos a gastar muito combustível que o previsto, com os aquecimentos internos. Por esta situação, pedimos imensa desculpa, mas prometemos ser tão breves, quanto possível. Em todo o caso, a CP, aconselha, um passeio, pela linda cidade luz, no qual podem despender, no máximo uma hora…toin toin toin.”
“Viste, pássaro tonto, viste, agora fica ai sozinho se quiseres, eu e o Óscar vamos dar uma volta por Paris, assim que o comboio parar”
Alguns minutos de pois, o sinal tocou. Podiam, finalmente sair, e iniciar o passeio parisiense.
Óscar foi o primeiro a sair do comboio, logo seguido de Joca, ainda a contra gosto, de Maria e Joana, duas jovens, e gémeas marmotas, que tinha embarcado nas Penhas Douradas, e por fim, Rudolfo, que no seu ritmo característico, lá foi correndo de encontro aos seus amigos de circunstancia.
A pequena pandilha, seguiu rua abaixo, com Maria a repartir a liderança, com Rudolfo, à descoberta da cidade luz, e do, até agora só visto em fotos, arco do triunfo…

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