Um pulo, a uma outra Era...

Estava eu a falar, com a minha linda amiga M., no Messenger, quando me deu um colapso inusitado, e me vi, transportado para um espaço diferente e tempo,diferentes…
O barulho do trote dos cavalos, era uma constante, uns para trás, outros para a frente, uma carroça mais acelerada, uma carruagem com gente diferente, enfim um dia típico de uma qualquer cidade, medieval.
Os camponeses, mal agasalhados para o frio, tentavam aquecer-se nas inúmeras fogueiras que rodeavam o palácio, enquanto cumpriam a sua função para o reino.
Todo aquele ambiente me fascinou, as pessoas, com um ar, um pouco áspero, mas meigo, as vestes, que apenas tinha visto nos filmes, o cheiro, que pronto, era mais agradável analisado pelos filmes, e o brilho de uma época que tem uma historia, rodeada de amores e de ódios…
Ao longe um reflexo capta a minha atenção. Avancei pelas enormes portadas de madeira e ferro, atravessando pela ponte levadiça, e expliquei aos imponentes, e mal encarados guardas, que estava apenas de visita. Ao princípio não foi fácil, demove-los de me aprisionarem, mas depois alguém veio dar ordem, para que me deixassem entrar. Interroguei-me quem seria, mas não perdi muito tempo com isso, aproveitei isso sim, para avançar.
Já dentro das muralhas do castelo, fitei um pequeno palácio de três pisos que se encontrava no mesmo espaço, estranho, era um tipo de construção que não reconhecia nesta época.
Outro reflexo, de luz, era uma luz tão branca que cegava qualquer um. Levei uns segundos a recompor-me, mas consegui finalmente olhar para a fonte do reflexo. Era uma pequena janela semiaberta que reflectia a luz do sol, na direcção dos meus olhos, o estranho, era que, parecia que estava alguém a avançar e recuar a dita janela no sentido de me encandear, ao mesmo tempo que pelo ar era transportada um gargalhada, docemente repetida. Fiquei curioso. Avançando mais um pouco, estava na zona do ferreiro, onde se malhava no aço com tenacidade e violência, para ele tomar a forma desejada, e em seguida se introduzia os elementos metálicos ainda quentes na água fria para retemperar. Os cavalos, enfileirados, davam mostras, que o negócio ia, de vento em poupa. No meio de inúmeros cavalos castanhos, cinzentos, mesclados e branco sujos, havia um que se aproximava, com uma presença assinalável. Era lindíssimo, preto, esbelto, alto e distinto, alias, tão bonito era que levei tempo a reparar que quem o montava, era uma lindíssima amazona, com algumas dessas características, e congelei por instantes, a admirar com ar de bacoco, aquele bonito cenário. Até que, um cavalo desmandado, exigiu por um instante a minha atenção, que só foi recuperada pela gargalhada familiar que ouvira outrora. Quando me voltei, era tarde demais, já lá não estava. Nem a autora da gargalhada, nem a bonita amazona, nem mesmo o belíssimo cavalo preto.
O dia estava rapidamente a caminhar para o fim.
Enquanto passava pela zona do padeiro, um homem, alto, anafado e muito sorridente, que tratava, as suas grandes mós para moer a farinha, por tu, sentei-me um pouco a conversar, e por ali fiquei um bom bocado.
Fiquei fascinado, a olhar a alegria do trabalho deste homem, já diz o ditado, quem corre por gosto não cansa.
Na hora da despedida, ele deu-me um forte abraço, bem forte alias, e o resultado, foi ter ficado completamente enfarinhado. Um pouco de tosse, e um valente espirro, valeram uma enorme nuvem branca de farinha, e uma gargalhada, com a mesma doçura das anteriores, mas mais audível.
Os meus olhos, sobressaltados, rapidamente rodaram, em busca da fonte do som. A cabeça quase não conseguia acompanhar a velocidade do movimento, todos os músculos do pescoço gritaram por clemência, tal a violência da rotação, e foi então que eu a vi, no alto da sua janela entreaberta, linda como antes, mas agora de brilhante sorriso vestido…
e foi, precisamente, nesta altura, que voltei, ao meu mundo, ao meu PC, ao meu Messenger, e por aqui me deixei estar, a espera de outro delírio, noutro tempo, noutro espaço, mas com a mesma capacidade de me encantar…

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