O ponto sem retorno e os seus antagonismos…


O que é afinal isso do ponto sem retorno, será apenas o ponto em que não se pode voltar para trás? Ou há muito mais, para alem desse ponto. Se um dia ultrapassar o ponto de não retorno e me lembrar das sábias palavras da minha avó, “só não há remédio para a morte” será que me safo?

Estou a chegar a uma fase da minha existência, em que a paciência é cada vez menos, ou pelo menos, o tempo para ter paciência é cada vez mais curto, logo, tudo o que há a fazer e dizer, é dito e feito, de uma forma cada vez mais rápida e a talhe de foice, logo, estou cada vez mais vezes, na chamada, zona de não retorno…

Pensando bem, que tem isso de mal? Há partida nada.

O grande problema é a junção de vários factores e conceitos. Juntar o ponto sem retorno, com a palavra, com a personalidade e coerência é uma tarefa árdua e atribulada.

Se eu hoje afirmo que o fulano ou fulana tal, são uma grandessíssima merda, é obvio que passei o ponto de não retorno, e é liquido que tenho de ser coerente e não posso voltar a trás, que sou uma pessoa de palavra logo não irei desdizer-me, que tenho personalidade e levarei comigo esta afirmação até a cova…

Mas pêra lá, então e a inteligência no meio disto tudo, o aprofundar das situações uma e outra vez, o apanhar as circunstancias por outros ângulos e chegar a conclusões antagónicas às iniciais…onde é que isto tudo fica?

Fulano é uma merda, por isto assim, isto assado ou cozido, mas tenho de lhe tirar o chapéu por isto por aquilo e por mais aquilo e ainda pela outra coisa…isto não acontece? Eu acho que acontece!

Então se calhar não devemos fazer juízos de valor, devemos pensar, que somos todos nivelados, e que não há pessoas de merda pelo mundo…
Era por aqui, por este território aparentemente tranquilo, que eu andava e sempre andei a minha vida toda, a questão é, que existem pessoas que circulam pela vida com uns “cilindros”, daqueles de varias toneladas que “acamam” estradas de alcatrão, que pululam pela vida apenas para espalmar, os “pobres” que acham que o mundo é um lugar porreiro, que produzem afirmações em torno do nacional porreirismo, que dizem “eu sou cool e não me aborreço com nada nem ninguém, somos todos irmão, e mais não sei o que…”

Pois é meus amigos, eu neste momento é que estou num ponto sem retorno, cheguei a uma equação com carradas de varíaveis, que não tem uma solução visivel…tem várias soluções, e todas, tem as suas desvantagens…

Deve ser por isso que eu nunca fui grande amante dos números…

“Sorrindo e caminhando, a vida vamos levando…”

Comentários

Unknown disse…
O único ponto de não retorno é a morte, à parte isso podemos sempre modular-nos de outra forma, escolher uma nova curva da estrada, mudar de ideias. Somos seres dinâmicos e capazes de nos ensinarmos a ser pacientes, a ser meigos, a ser amantes, somos o que escolhermos ser. A questão é querermos fazer escolhas, importarmo-nos.
Neptuna disse…
Uma das características do ser que é assertivo é a de mudar de opinião desde que devidamente fundamentada. Haverá maior compromisso do que esse? Esse mesmo, aquele nos apela a sermos verdadeiros com nós próprios e com as nossas necessidades? Até mesmo para a (im)paciência.. haja espaço para ela. Essa menina emoção diz sempre alguma coisa relativamente às nossas opções.. Boas escolhas, sejam elas quais forem. O díficil é permanecer na não tomada de decisão.
Inês disse…
É fácil encontrar em nós todas as razões para estarmos certos... é fácil usar isso para ignorarmos as nossas falhas. Querido amigo, muitas coisas falham porque as pessoas não têm brio no que fazem, porque não acreditam que são capazes de fazer coisas com valor, e outras falham por excesso de confiança. Há sempre um retorno, mesmo que leve tempo e nos consuma muita paciência!

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