Uma gota da tua doçura…



A noite ia já longa, a manhã batia à porta num ritmo mais irrequieto, como que a querer entrar.
Os primeiros raios de luz, já não deixavam esconder o novo dia.

Menina Trancinhas, com os seus longos cabelos dourados, voltava de mais um dia cheio de aventuras e peripécias. De passo extenuado, olhar cansado, e presença vaga, não deixava de esboçar um sorriso delicado, de alguém que no fundo é muito muito doce.
Os chumbos agarrados aos pés, eram cada vez mais e maiores, e o passo delicado, tantas vezes gabado e invejado, era agora um arrastar incessante pelo chão.

Era hora de dormir, era hora de descansar, era hora de recuperar as forças para voar.

Ao tocar no delicado fio, que eclipsa toda a luz, Trancinhas apagou também, a lua, as estrelas e o resto de manto negro que a esperavam para dormir. O dia, que a aguardava, para lhe dizer bom dia, não teria essa hipótese, pelo menos, não próximas horas.

No instante em que adormeceu, logo uma estrelinha cadente, sobre ela se debruçou, um convite lhe estendeu. A estrelinha, Trancinhas agarrou.
Voaram, voaram, voaram sem parar, o fresco da manha nos cabelos, que os faziam abanar, agitar, levitar, como searas douradas em dia de vendaval.
Chegaram à nuvem gigante, e pousaram levemente, Trancinhas com a sua gargalhada contagiante, reuniu tudo e toda a gente, naquele espaço de doçura e ternura.
A macieza da nuvem, que os acolhera, era agora o motivo de todos adormecerem, Trancinhas, mesmo sendo a mais resistente…acabou por também sucumbir ao cansaço da noite…

A estrelinha pegando cuidadosamente nela e lançando-a sobre as suas costas para fazerem o voo de regresso, levou-a até ao seu mundo e deitou-a no seu castelo mágico.
Despedindo-se dela, com um brilho muito especial, mostrou-lhe o que aprendera sobre importância dos pequenos momentos de fantasia, nem que para isso seja necessário, recorrer a fábulas, delírios e tentativas de fazer magia, em post’s por encomenda…

Comentários

Anónimo disse…
e assim adormece tão docemente quem do dia só teve um risco agitado, assim gentilmente o meu corpo se deixar entregar, pelos dias, pela noite e pela tua voz de embalar.

madruguejinhos

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