"Estamos em mundos perpendiculares..." Parte 2


É bom saber, que deixamos coisas boas aos outros, que os marcamos de alguma maneira.
É bom saber, que somos acarinhados pelo que pensamos, pelo que dizemos e pelo que sentimos.
É bom sinal, corrermos livrarias e alfarrabistas sem fim, para encontrar um nome.
É bom virar um mundo, a procura de um Cais de Embarque, mesmo que nunca o encontremos.


Uma grande figura da televisão e rádio, que já não se encontra entre nós, dizia, “a vida é feita de encontros e desencontros…”, cá está uma grande verdade.


Encontrei-te, encontraste-me ou encontramo-nos, não sei bem, mas o que é certo, é que me senti de novo criança. Não a criança pasmada que olha para um brinquedo novo, não, antes a criança que abre uma caixa de Legos por troca com um videojogo e se coloca num grande tapete colorido a tentar recriar os seus sonhos, a tentar sonhar a sua vida.
Olhei para ti, como um daqueles etariamente difíceis projectos de castelos em Lego que só se monta com manual ao lado…mas tu, não vinhas com manual...o dobro do esforço, o dobro do prazer.
Peças para um lado, peças para outro, sorrisos, lágrimas, resistência, suor, cansaço, peças de cor diferente, peças de formato estranho…quando vejo chegar uma roda, rapidamente a converti em mó para um moinho que colocaria no cimo de um monte verdejante e ligeiramente ventoso, mas quando chega a segunda e a terceira, já não sabia o que fazer, depois vêm volantes, sinais de transito, já mais parecia um brincadeira com Playmobil do que com Legos…
Esta podia ser uma grande oportunidade, para reinventar a brincadeira, para derivar noutro jogo qualquer, mas ai minha querida, foi quando eu gritei, bem alto, EU QUERO APENAS O MEU CASTELO DE LEGOS COM A MINHA PRINCESA TRANCINHAS NO TOPO DA TORRE, mas nem sempre se pode ter aquilo que queremos, e aqui, neste entendimento, se separam os adultos das crianças …

Comentários

Unknown disse…
Há palavras com propriedades químicas que nos suspendem, congelam.

Lembro-me de uma brincadeira de miúda em nos movíamos ao acaso o mais rapidamente possível. À palavra STOP , que surgia inesperadamente, todos parávamos - congelávamos - e quem se mexesse perdia o jogo.
Há momentos em que este STOP aparece vindo sabe-se lá de onde e, apesar de tudo, o efeito congelante continua a ser o mesmo.

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