Adeus ou até já?

Hoje, despedi-me de uma colega, e sobre ela, me espero perder neste momento, com as palavras que se seguem…
Chegaste com o teu longo cabelo negro, passando entre as fiadas leves de vento ameno. Com o teu ar longilinio e meio enfiado, não esboçaste o primeiro sorriso, que não te fosse arrancado por piadas mais ou menos forçadas, que se diziam para te animar.
Sempre com a disposição, de quem acordou fresquinha de uma noite longa de sono, era na disponibilidade transcendente que te movimentavas, com a leveza de quem deslizava sobre nuvens feitas de cetim.
Um dia, as nuvens enegreceram-se, mas o teu sorriso, cansado, abatido, nunca te abandonou. A vontade, o querer, a força anímica de quem nasceu para vencer, estavam lá, e de lá nunca saíram.
Com o tempo, a maturidade já avistada ao largo, ganhava forma, ganhava expressão, ganhava corpo numa pessoa ainda meio perdida, quiçá em busca de uma espécie de salvação. E esse dia, o dia da exclamação de rebeldia, chegou.
Envolta em conceitos pouco claros, para os outsiders, fizeste valer, a decisão que demonstravas ter tomado a muito. Com a segurança dos deterministas, foste forte, resististe aos comentários, avisos, piadas e outros demais meios de desmobilização.
Para mim, é pouco clara a tua opção, mas como tudo na vida, devemos apoiar aqueles que gostamos, mesmo que por vezes tenhamos dificuldade em os entender.
Hoje, despedi-me de uma colega, e sobre ela, nada mais tenho a dizer…quanto à amiga, essa nunca mais quero perder.
Sorrindo e caminhando, a vida vamos levando