Encruzilhadas de resposta simples, mas solução complexa...

Encruzilhadas, momentos de pausa, momentos de reflexão mais ou menos forçados…enfim,.., encruzilhadas,…,esquerda, direita, trás, frente…simples nos rumos, mas complexas nos fundos,.., incontornáveis encruzilhadas...
Há alturas na vida em que tudo faz sentido, em que tudo é claro, em oposição a tantas outras, em tudo parece desprovido da qualquer fio condutor, de qualquer razão…É suposto a vida ensinar-nos valiosas lições, mas não necessariamente as mesmas, uma e outra vez…mas isto digo eu! Mas afinal, que sei eu da vida? Onde é que esta já me levou, ou me deixei levar por ela? Onde é que se espelha essa mais-valia da vivencia? Na suposta tranquilidade? Na pretendida lucidez? Porreiro, no fim das contas, resta-me não mais que a minha lucidez tranquila, no meio desta encruzilhada, de resposta tão simples, mas solução tão complexa…
Na pacatez da minha existência, muitas vezes desprovida da emoção pretendida, vi acontecerem as mais mirabolantes conjugações verbais, vi aparecerem os melhores e mais deliciosos adjectivos, vi nascerem metáforas, hipérboles, tudo isto num ápice…Nada perguntei, até porque quando é tudo bom, não se deve questionar em demasia…Os problemas surgem, invariavelmente, com a falta do elemento "aditivo"…

Vazio…vazio…vazio…
Numa encruzilhada me sinto, mas de lá não me apetece sair…

Vazio…vazio…vazio

Comentários

Anónimo disse…
Aqui fica o que penso sobre encruzilhadas. Penso que na maioria das vezes, as encruzilhadas não são mais que bifurcações. Podemos ter várias escolhas, mas acabamos por ficar sempre entre duas possibilidades. Ou um caminho, ou o outro. E, claro, um pouco como nos filmes e nas histórias que ouvimos em crianças, um dos caminhos é escuro e está cheio de pedras e obstáculos e o outro é luminoso, florido e belo.

O problema surge quando sentimos que o caminho escuro está acessível e o caminho luminoso está-nos vedado. No caminho escuro, pelo menos, conseguimos ver bem o que nos espera e já sabemos com o que contar. E podemos habituar-nos, o nossos pés podem ficar calejados até que as pedras deixem de nos incomodar. Já o caminho luminoso tem um enorme muro a tapá-lo e só podemos adivinhar o que nos espera espreitando por uma pequena fresta entre as pedras. E nem com a força de mirabolantes conjugações verbais, deliciosos adjectivos, metáforas ou hipérboles a frestinha fica maior.

As histórias e os filmes têm quase sempre uma moral que nos ensina que devemos preferir os caminhos com obstáculos, mas seguros, já que o que não conhecemos oferece muitas possibilidades de nos desiludirmos. Isto é o que nos ensinam as histórias, mas não é o que nos apetece fazer. O que nos apetece é derrubar o muro, pegar nas pesadas pedras uma a uma, ficar com uma grande dor de costas, mas depois pisar relva fresca em vez de pedras e seguir caminho entre flores em vez de espinhos.

Mas e quando o muro é tão alto e as suas pedras são tão pesadas?... Eu cá sinto-me encolher, fico com dúvidas e com medo. E zango-me comigo: “caramba, o muro está aqui e do outro lado é tudo tão promissor, põe mãos à obra!”. E depois não consigo. Invade-me a certeza absoluta de que demoraria tanto tempo a conseguir desfazer um muro tão sólido que o mais provável era do outro lado as flores irem murchando e a luz ser entretanto substituída pela noite.

E quando isso acontecesse, o que seria de mim?...
Anónimo disse…
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