Surpreendido e feliz...no desconhecido.

Eu sou um tipo novo, com a vida toda pela frente, sedento de novos conhecimentos, novas aventuras, novos desafios…mas já conto com alguma estrada percorrida, nesta alucinante viajem que é a vida.
Ciente desse meu estado, um pouco enraizado no chão que calco com a cautela de quem já trata a vida por tu, embora não a olhe completamente de frente, avanço pelas situações sem medo e sem grande receio, até porque avanço já com os objectivos bem definidos e mentalmente bem absorvidos, sendo que os revejo vezes e vezes sem conta.
No entanto, eu como qualquer outra pessoa, pelo simples facto de viver, corro o risco diário de ser surpreendido.
A surpresa é um estado de graça, delirante, que nos deixa estupefactos, mas que pode ter tanto bom como de mau.
Um condutor de ar sisudo que nos cede passagem numa fila de horas, uma oferta de flores não prevista, o carro que se avaria a caminho de uma reunião importante, uma casca de banana mal colocada que nos atormenta a cabeça a caminho do hospital, um gesto carinhoso de um amigo menos íntimo, uma falha desastrada de um colaborador próximo, uma paixão não prevista que nos preenche, enfim, a surpresa acaba por ser uma constante, neste nosso estado complexo e emocionante que é viver…
Mas e se uma bela manha, acordássemos com a percepção de estarmos a ser surpreendidos a cada dia, a cada hora, a cada minuto, a cada instante? Estaríamos simplesmente delirantes? Ou simplesmente felizes? Não sei, mas sinto-me bem com este caminhar leve no desconhecimento…
Sorrindo e caminhando, a vida vamos levando…