Jeremias, o principio...
Na aldeia Limiana, poucos falavam com ele, mas todos conheciam a sua história e as suas aventuras. Jeremias de seu nome, nascera para o mundo como um pacato ratito de aldeia, mas aspirava a algo mais, algo melhor, mais grandioso, com peso na sociedade mundial.
Todas as manhãs, Jeremias, calçava os seus ténis vermelhos, com atacadores aos quadrados, e saia porta fora com a cara mal lavada, rumo ao seu lugar favorito, o Cume das Nuvens.
O Cume das Nuvens, era o ponto mais alto da aldeia Limiana, enquadrado por duas montanhas mais pequenas, o cume tinha a particularidade de estar quase todo o ano pintado de verde, quer com sol radioso, quer com chuva copiosa, e era por isso que Jeremias, sempre estava por lá, com um ar confortável, uma palha na boca, a admirar as fofas nuvens brancas, onde projectava aquilo que achava ser o mundo alem aldeia.
Durante anos, Jeremias rumou em busca de aventuras nas suas nuvens, mas sempre que regressava a casa para degustar um pedaço de flamengo, ficava cheio, mas vazio, faltava-lhe algo…os sonhos ficavam sempre no Cume das Nuvens...
Dias houve, que ainda considerou a hipótese de construir uma pequena casinha no famoso Cume, mas a ideia caia por terra, visto que teria sempre de vir abastecer-se de mantimentos, e ai não podia viver o seu mundo de sonhos e fantasias, continuadamente...
Numa fresca manhã, que antecedeu o natal passado, chegou à aldeia Limiana, um pelicano chamado Gaspar, tinha vindo de uma aldeia distante, lá para os lados de Cheddar, cujo o nome não se conseguia sequer pronunciar.
Quando Jeremias se deslocou a mercearia do Sr. Armindo, a fim de comprar o seu pedaço de Brie, para a ceia de Natal, viu o grande tumulto que se formava a volta de Gaspar, onde este falava em voz forte e decidida, o quão fantástico era viajar, conhecer novas pessoas, novas culturas, as iguarias que por lá se viam, cheiravam e comia, as cores, enfim, um incrível mundo novo estava ali a porta, e eles nem sabiam.
Quando o Sr. Armindo se voltava para Jeremias, perguntando-lhe o que este iria desejava, já Jeremias não lá estava, havia desaparecido na multidão ainda embevecida pelo voador contador de historias.
Duas semanas passaram, e de Jeremias ninguém sabia, não ia comprar o flamengo habitual, nem passava rumo ao Cume das Nuvens, quando os rapazes da distribuição dos jornais gratuitos batiam a porta, não obtinham resposta, mas iam deixando por lá os jornais, que na manha seguinte desapareciam, alias, os vizinhos mais distraídos também tinha visto os seus jornais desaparecer no ar…como que por magia.
À noite, com o vento de sudoeste a cruzar a aldeia, e com as velhas lamparinas das ruas a meia-luz, ouvia-se um ténue barulho de rasgar…de uma forma quase que ininterrupta e intermitente, e isto durou dias, virando mesmo conversa de café, sendo que ouvem que alvitrasse que seria o fantasma de Jeremias a assombra-los.
No final da primeira semana do novo ano, Jeremias reapareceu, para espanto e admiração dos pessimistas, mas não vinha só. A multidão rodeou, especados e expectantes, quiçá desconfiados, pois Jeremias tinha construído um pequeno barco, com o qual anunciava agora, ir procurar o mundo que vezes e vezes sem conta, recriara com a ajuda das suas nuvens amigas.
Os mais cépticos desde logo anunciaram o seu insucesso, os amigos, pediam que não fosse, o Sr. Armindo receava perder o melhor cliente, até o pároco da aldeia, o Padre Crispim, ou a velha coruja para os amigos, clamava aos sentidos e sentimentos de Jeremias, para que ele não se aventurasse nesta louca viagem, “meu filho, não partas, onde é que já se viu, fazer uma viagem sem rumo e sem destino, num barco de papel”, por é, Jeremias havia construído um bonito barco de papel, com os jornais que recolhera de todos os seus vizinhos, juntando-lhes apenas um pouco de cola, e uma vela, feita com o papel, do ultimo pedaço de Chevre que havia comprado no seu aniversario.
De forma decidida e sem hesitações, Jeremias colocou o barquinho de papel no mar, abriu a translúcida vela e esperou pela leve brisa...
Enquanto se afastava lentamente da costa, e os velhos do Restelo continuavam a amaldiçoar a sua viagem, Jeremias fazia intensamente adeus a todos os amigos, gritando, “vou em busca de um sonho…que quero ver transformado em realidade”
Os amigos choravam, os menos amigos, deixavam a pequena praia, e o pequeno barquinho continuava a rumar para o horizonte…até desaparecer…
Todas as manhãs, Jeremias, calçava os seus ténis vermelhos, com atacadores aos quadrados, e saia porta fora com a cara mal lavada, rumo ao seu lugar favorito, o Cume das Nuvens.
O Cume das Nuvens, era o ponto mais alto da aldeia Limiana, enquadrado por duas montanhas mais pequenas, o cume tinha a particularidade de estar quase todo o ano pintado de verde, quer com sol radioso, quer com chuva copiosa, e era por isso que Jeremias, sempre estava por lá, com um ar confortável, uma palha na boca, a admirar as fofas nuvens brancas, onde projectava aquilo que achava ser o mundo alem aldeia.
Durante anos, Jeremias rumou em busca de aventuras nas suas nuvens, mas sempre que regressava a casa para degustar um pedaço de flamengo, ficava cheio, mas vazio, faltava-lhe algo…os sonhos ficavam sempre no Cume das Nuvens...
Dias houve, que ainda considerou a hipótese de construir uma pequena casinha no famoso Cume, mas a ideia caia por terra, visto que teria sempre de vir abastecer-se de mantimentos, e ai não podia viver o seu mundo de sonhos e fantasias, continuadamente...
Numa fresca manhã, que antecedeu o natal passado, chegou à aldeia Limiana, um pelicano chamado Gaspar, tinha vindo de uma aldeia distante, lá para os lados de Cheddar, cujo o nome não se conseguia sequer pronunciar.
Quando Jeremias se deslocou a mercearia do Sr. Armindo, a fim de comprar o seu pedaço de Brie, para a ceia de Natal, viu o grande tumulto que se formava a volta de Gaspar, onde este falava em voz forte e decidida, o quão fantástico era viajar, conhecer novas pessoas, novas culturas, as iguarias que por lá se viam, cheiravam e comia, as cores, enfim, um incrível mundo novo estava ali a porta, e eles nem sabiam.
Quando o Sr. Armindo se voltava para Jeremias, perguntando-lhe o que este iria desejava, já Jeremias não lá estava, havia desaparecido na multidão ainda embevecida pelo voador contador de historias.
Duas semanas passaram, e de Jeremias ninguém sabia, não ia comprar o flamengo habitual, nem passava rumo ao Cume das Nuvens, quando os rapazes da distribuição dos jornais gratuitos batiam a porta, não obtinham resposta, mas iam deixando por lá os jornais, que na manha seguinte desapareciam, alias, os vizinhos mais distraídos também tinha visto os seus jornais desaparecer no ar…como que por magia.
À noite, com o vento de sudoeste a cruzar a aldeia, e com as velhas lamparinas das ruas a meia-luz, ouvia-se um ténue barulho de rasgar…de uma forma quase que ininterrupta e intermitente, e isto durou dias, virando mesmo conversa de café, sendo que ouvem que alvitrasse que seria o fantasma de Jeremias a assombra-los.
No final da primeira semana do novo ano, Jeremias reapareceu, para espanto e admiração dos pessimistas, mas não vinha só. A multidão rodeou, especados e expectantes, quiçá desconfiados, pois Jeremias tinha construído um pequeno barco, com o qual anunciava agora, ir procurar o mundo que vezes e vezes sem conta, recriara com a ajuda das suas nuvens amigas.
Os mais cépticos desde logo anunciaram o seu insucesso, os amigos, pediam que não fosse, o Sr. Armindo receava perder o melhor cliente, até o pároco da aldeia, o Padre Crispim, ou a velha coruja para os amigos, clamava aos sentidos e sentimentos de Jeremias, para que ele não se aventurasse nesta louca viagem, “meu filho, não partas, onde é que já se viu, fazer uma viagem sem rumo e sem destino, num barco de papel”, por é, Jeremias havia construído um bonito barco de papel, com os jornais que recolhera de todos os seus vizinhos, juntando-lhes apenas um pouco de cola, e uma vela, feita com o papel, do ultimo pedaço de Chevre que havia comprado no seu aniversario.
De forma decidida e sem hesitações, Jeremias colocou o barquinho de papel no mar, abriu a translúcida vela e esperou pela leve brisa...
Enquanto se afastava lentamente da costa, e os velhos do Restelo continuavam a amaldiçoar a sua viagem, Jeremias fazia intensamente adeus a todos os amigos, gritando, “vou em busca de um sonho…que quero ver transformado em realidade”
Os amigos choravam, os menos amigos, deixavam a pequena praia, e o pequeno barquinho continuava a rumar para o horizonte…até desaparecer…
Comentários
Já tentei comentar neste teu blog, mas sem sucesso. É que o meu pc não me deixa, ficando todo encravdao.
Quero dizer que tens uma escrita surpreendente, adoro ler os teus posts.
Esta história é um exemplo disso:-D
Devemos sempre seguir aquilo que queremos, aquilo em que acreditamos, mesmo enfrentando tudo e todos.
Só assim se vive a vida no seu pleno.
Parabéns pelos blogs:-D
Beijocas
Blondie o teu blog tb é mto interessante, alias já faz parte das minhas recomendações :-).