A partida…rumo a Miuzela do Côa…

Já passavam oito horas, desde o inicio da fresca manhã que se fazia sentir. O sorriso era ligeiramente mais rasgado do que o costume, fim-de-semana prolongado à porta…dá nisto.
Levantei-me com o cantar irritante das galinhas alheias, fiz a mala calmamente, passei uma água pelo carro, e abalei para os check up’s normais do veículo em dia de viagem longa, gasóleo, água e pressão do equipamento pneumático. Recolher os convivas era a etapa seguinte.
A primeira a embarcar, Vera: Bem disposta, delicadamente simpática, mas ligeiramente atrasada…embora com uma boa desculpa e com um grande sorriso para compensar...
O segundo elemento, Luis: Bem disposto e afável, embora desde logo a reclamar do ligeiro atraso, mas com um sorriso mal dormido que lhe fica sempre bem, ou talvez não…
A terceira conviva, Rita: Bem disposta, timidamente doce, ligeiramente intimidada, e manifestamente irritada com umas flores secas que trazia na mão...
Enfim, o grupo da “boa disposição”, assim se esperava, estava reunido e pronto a arrancar.
No negro alcatrão, o carro foi rolando, vagarosamente entre os milhares que se pretendia deslocar para norte, apesar da música de qualidade e do conforto climático vivido a bordo, o plano de ir almoçar tranquilamente, pelo caminho, parecia então posto em causa…passando as intermináveis obras da A1, foi recuperar terreno até Castelo Branco, parando a meio para tentar, tentar será mesmo a palavra correcta, almoçar no Kabra’s em Mação …
Chegados ao segundo local escolhido para o belo repasto de inicio de mini férias, o mesmo estava fechado, ou melhor, o local tinha mesmo desaparecido…estávamos definitivamente, a começar bem.
Entre pedido de clemência por hambúrgueres, salsichas, pizzas ou outra coisa qualquer que aniquilasse ou pelo menos apaziguasse ligeiramente a fome, foi no contacto com uma local de ar credível e sobejamente informada, até porque a senhora tinha uns 70 anos, que lá fomos encaminhados até ao Kalifa-Restaurante, famoso na zona, há quase 28 anos…saí de lá sem perceber muito bem porquê, pelo que me vou escusar a comentar, o mau atendimento e antipática tácita, a carta de selecção curta e a ausência de recomendações, os pedido trocados, as doses mal empratadas e de diminuta quantidade/qualidade, os doces de plástico, quer no aspecto quer no sabor, as figuras sinistras que se sentaram ao balcão enquanto comia-mos, enfim, não vou dizer nada de depreciativo sobre este restaurante, eles não merece, afinal de contas tem casa aberta a 28 anos…
De barriguinha cheia, ou quase, lá seguimos rumo ao nosso destino. Uma passagem rápida, por uma superfície comercial de média dimensão, onde finalmente se pôde notar a diferençazita de temperatura para as terras mais a Sul, e lá fomos por uma serpenteante e estreita estradinha, até ao centro de Miuzela do Côa, que nos parecia receber de braços abertos…ninguém nas ruas…nem uma pessoa…nem sequer um cão…

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